CARNAVAL
O carnaval se constitui em uma
série de folguedos populares, promovidos habitualmente nos três dias que antecedem
o início da quaresma (40 dias que vão da quarta-feira de cinzas até domingo de
Páscoa, conforme ortodoxia católica).
Em torno do mesmo centro de
interesse – o disfarce, a dança, o canto e o gozo de certas liberdades de
comunicação humana, inexistentes ou muito refreadas durante o resto do ano – a
folia carnavalesca se apresenta com características distintas nos diferentes
lugares em que se popularizou.
Perdendo-se nos períodos mais
antigos, as origens do carnaval podem ser encontradas nas "bacanalia"
da Grécia. Era uma festa que homenageava o deus Dionísio.
Antes disso, os trácios se
entregavam aos prazeres coletivos, como quase todos os povos antigos.
Mais tarde, vamos encontrar
essas festas em Roma, como "saturnalia", quando se imolava uma vítima
humana. Era uma festa de infeliz caráter.
Na Idade Média começou a se
aceitar com naturalidade o enlouquecimento lícito uma vez por ano.
A festa tem vestígios bárbaros e
do primitivismo reinantes ainda na Terra. No Brasil colonial e monárquico a forma
mais generalizada de brincar o carnaval era o entrudo português.
Consistia em atirar contra as
pessoas, não apenas água, mas provisões de pós ou cal. Mais tarde, água
perfumada com limões, vinagre, groselha ou vinho. O objetivo sempre era sujar o
passante desprevenido. Como se vê, uma brincadeira perigosa e grosseira.
A morte definitiva do entrudo se
deu com o aparecimento do confete, a serpentina e o lança-perfume.
O que se observa nesses três
dias de loucura, em que a carne nada vale, é o afloramento das paixões.
Observam-se foliões que se
afadigam por longos meses na confecção das fantasias. Tudo para viver a
psicosfera da ilusão. Perseguem vitórias vazias que esperam alcançar, nesses
dias. Diversos se mostram exaustos, física e emocionalmente. Alguns recorrem a
fortes estimulantes para o instante definitivo do desfile. Consomem tempo e
dinheiro, que poderiam ser aplicados na manutenção da vida e salvação de muitas
vidas.
Mergulham em um mundo de sonhos
fantástico. Anseiam por dar autenticidade a cada gesto, a cada atitude. Usando
vestimentas de reis e rainhas, nobres e conquistadores, personagens de contos,
artistas, fariam inveja a todos a quem copiam. Isso se as vestes e as coroas,
os cetros, os mantos e as posturas não fossem todos falsos, exatamente como
falsas são as expressões e vitórias que ostentam.
Diversos desses foliões nem se
dão conta que poderão estar a representar a própria personalidade de vidas
passadas.
Em toda essa festa de loucura,
que deixa marcas profundas, pergunta-se se será mesmo manifestação de alegria,
de descontração.
Se necessito me fantasiar,
embriagar para desfrutar alegria, onde a autenticidade?
Esses três dias dedicados a Momo
ainda resultam em uso de drogas, abuso do álcool, acidentes por
irresponsabilidades, gravidez não planejada.
Bibliografia:
01.KARDEC,
Allan. Os fluidos. In:___. A gênese. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. cap. XIV, itens 16 a 2.
02.FRANCO, Divaldo Pereira.
Lições proveitosas. In:___. Nas fronteiras da loucura. Pelo espírito anoel
Philomeno de Miranda. Salvador: LEAL, 1982. cap. 6.
03.______. Recordando vidas passadas. Op. cit. cap. 15.
04.TEIXEIRA, J. Raul. As folias de
Momo. In:___. Vereda familiar. Pelo espírito Thereza de Brito. Niterói: FRÁTER,
1991. cap. 14.
05.BÍBLIA, A.T. Livro de Ester.
Português. Bíblia Sagrada. 6. ed. São Paulo: PAULINAS, 1953.
06.ENCICLOPÉDIA Mirador
Internacional. Rio de Janeiro: Britannica, 1986. v. 2, verbete Carnaval.
7.SAULNIER, Christiane; ROLLAND,
Bernard. Outras festas. In:___. A Palestina no
tempo de Jesus. 2. ed. São Paulo: PAULINAS, 1983
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